sexta-feira, 15 de abril de 2011

3ª etapa Camp. Gaúcho e ranking nacional de Down Hill, São Vendelino-RS

Rolou nos dias 9 e 10 de abril, nas serras gaucha de São Vendelino, com a participação de varios atletas brasileiros de estados diferentes, SC,PR,SP e RS.
Na categoria Júnior em 2º lugar ficou o Ibiramense Lucas de Borba, Lukinha (Contabilidade Hohl / Cme Ibirama) e na Categoria  Elite ficou o Ibiramense Nataniel Giacomozzi em 3º lugar e com a participaçao de Joao Gustavo Adriano na categoria Júnior.
Nos dias 7 e 8 de maio acontecerá a 3º etapa do Campeonato Catarinense em Ibirama-SC.

Abraço
Lukinha

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Atletas Anônimos - Guerreiros sem incentivo!

É como o velho “dito” da vovó: “Papagaio come milho, Periquito leva fama”!
O Brasil é recheado de histórias de atletas representando a nossa pátria sem incentivo, sem uma estrutura adequada da Confederação afim. Não acontece diferente no ciclismo que com SETE medalhas no Downhill garantiu ótima colocação geral no Campeonato Pan-Americano da Colômbia. 

Segundo a imprensa oficial da CBC (Confederação Brasileira de Ciclismo) “a modalidade foi fundamental para colocar o Brasil na segunda colocação na briga por nações”, porém esqueceu-se de dizer que os atletas da tal modalidade (Downhill) representaram o Brasil COM RECURSOS PRÓPRIOS. Atletas anônimos, guerreiros sem incentivo.
Não! Não! A CBC pagou as inscrições!SÓ restaram aos atletas anônimos as passagens aéreas, aluguéis de veículos, alimentação e hospedagem.

A Confederação Brasileira de Ciclismo, através da sua assessoria de imprensa, também em seu site, gloria-se...
“Este foi mais um resultado positivo do trabalho sério que vem sendo realizado pela Confederação Brasileira de Ciclismo, com o apoio do Banco do Brasil (O Banco do Ciclismo Brasileiro) em busca de uma renovação do ciclismo nacional” e continua,
“A implantação de competições de nível internacional, estágios, investimento nas categorias de base e infra-estrutura para os atletas em provas internacionais são algumas medidas que já estão sendo realizadas”. Aonde ?
Quem somos nós para questionar o “trabalho sério” da CBC.? Não temos acesso às prestações de contas para acompanhar o destino das verbas. Porém, até que se publique o real destino pairam dúvidas.
Aí eu questiono. Onde está o “dindim” do tal “parceiro do ciclismo brasileiro”? Onde está tudo isso que falam?
Edivando de Souza Cruz (XC Elite Masculino), convocado oficialmente pela CBC, em entrevista cedida ao site pedal.com.br, quando perguntado sobre “treinos”, responde, em parte, o nosso questionamento. “A minha equipe (Scott-Fittipaldi) me proporcionou uma semana de treinos em Campos do Jordão-SP...”. A entrevista, na íntegra, pode ser conferida no referido site.
Para Rubens Donizete (XC Elite Masculino), convocado oficialmente pela CBC, em declaração no mesmo site “a Colômbia e a Argentina mereceram as conquistas da vaga Olímpica, pelo simples fato de planejamento. Essa questão foi abordada por todos os outros brasileiros, que se tivessem feito um treinamento específico de altitude, com certeza conquistaríamos esta tão sonhada vaga antecipada”. E continua dizendo:
“Sendo que, no caso da Argentina, que conquistou a segunda vaga Olímpica, houve inclusive um apoio da própria Confederação Argentina, para que esse treinamento fosse realizado (nosso grifo). Dessa forma, ambos os países merecem os parabéns, pelo empenho em conquistar a vaga Olímpica, tanto com relação ao treinamento, como com relação à adaptação à altitude, no caso da Argentina”.

Também para Isabella Lacerda (XC Sub 23-Feminino), convocado oficialmente pela CBC, faltou infra-estrutura. “Foi uma prova muito difícil, a altitude complicou bastante, pois não tivemos tempo para a adaptação e isso influenciou muito os resultados. (nosso grifo).
Analisando essas declarações imagino que os demais que têm marcas para entrar na equipe olímpica recebam as mesmas condições de treinamentos, apenas, em seus clubes.
Diante disso, fico na dúvida: onde a Confederação Brasileira de Ciclismo aplica os recursos que recebe do patrocinador, através do Comitê, do Banco do Brasil o “Banco do Ciclismo Brasileiro”, etc para a preparação dos atletas em competições internacionais?

Não passa de um questionamento! Porque, conforme declarações, com “os clubes preparando os atletas”, “a falta de planejamento” e a “falta de infra-estrutura”, aos atletas convocados, por parte da CBC e atletas sem nenhuma ajuda de custo e sem apoio algum (caso do Downhill) é preciso saber como são usadas as demais verbas públicas.
 
Se forem públicas, merecemos esclarecimentos, pois um dos problemas graves do esporte, em geral, é a falta de investimento na base, no atleta que está despontando, no atleta não olímpico (anônimo), guerreiro sem incentivo que também representa o país.
Agora é a oportunidade que a Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC) tem para mostrar seus planos de aplicação para que não fiquem dúvidas sobre o bom uso da verba pública.
Os nossos parabéns e respeito à seleção brasileira oficial (com toda despesa paga) convocada pela Confederação Brasileira de Ciclismo, pela conquista de uma medalha de ouro e uma medalha de bronze.
E aos demais atletas do Downhill que completaram a delegação, parabéns pelo exemplo de amor a Pátria e a hombridade de molhar com suor e até lágrimas de alegria a logomarca do Banco do Brasil (o Banco do Ciclismo Brasileiro), sem mesmo ter recebido um “misero centavo” de ajuda de custo da verba repassada à Confederação Brasileira de Ciclismo e colocado o Brasil na segunda posição da tabela de medalhas entre as nações da América Latina.
 
Já diversas vezes foi questionado e solicitado uma resposta, junto a CBC, da falta de apoio aos atletas da modalidade Downhill. A resposta é sempre a mesma: “A modalidade não é olímpica”.

Só para refletirmos concluo com o caput do Art. 5º da nossa Constituição Federal:

 “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, (...)”. 

E por que a discriminação da modalidade Downhill (não Olímpica) se também ela defende a mesma bandeira? E conquista medalhas no Campeonato Pan-Americano com o mesmo peso internacional?

O Downhill, modalidade não olímpica, já reconhecida nacional e internacionalmente, merece o reconhecimento da Confederação Brasileira de Ciclismo, por meio de política voltada para ela.
A política da Confederação Brasileira de Ciclismo não pode se pautar unicamente em modalidades olímpicas, pois que há dificuldade para que a modalidade seja incluída nos Jogos Olímpicos, porém sua participação em Campeonato Pan-Americano é muito atuante, como este último, onde conquistou duas medalhas de ouro, duas medalhas de prata e três medalhas de bronze, somando sete medalhas no Pan 2011.

Como o esporte olímpico, o Downhill é um bom meio para obter uma condição física saudável e também uma imprescindível ferramenta de educação, de inclusão social e de entretenimento, seja praticando ou apenas assistindo a sua prática.
Ibirama(SC), 06 de Abril de 2011
Salvio Giacomozzi